Um sopro qualquer me leva como uma folha. Qualquer que seja meu rumo, insiste em me levar. Errante, flutuante... Será meu destino traçado ou ainda será? Numa esquina qualquer cruzo e desvio do teu olhar. Teus olhos tão radiantes, ofuscam e se protegem para não deixar revelar o vazio algoz, deixado por alguém, e que agora teu coração é refém. Insisto e volto a buscar, pelos cantos dos olhos, a esguia e estonteante figura, que na neblina da memória segue a longa jornada que ousou caminhar. E num sopro suave, a tua resposta afasta meu desejo de ficar, e apaga por um eterno instante o retrato de um lindo dia que jamais existirá.
Luciano Ishi Porto
GrafQx Participa do Festival do Sobá
Há 13 anos
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